A Reforma Tributária representa uma das transformações mais profundas já feitas no sistema de arrecadação do país, com impactos reais que vão além dos impostos.
Aprovada em 16 de janeiro, após décadas de debates, a Reforma irá reestruturar a forma como os impostos sobre o consumo são cobrados, mudando completamente o que conhecemos sobre tributação hoje.
Sendo assim, o país caminha para um novo modelo de tributação que afeta diretamente empresas, cadeias de suprimentos, precificação, logística e até a escolha de fornecedores.
Com o principal objetivo de simplificar o sistema, justiça fiscal, transparência e aumento da competitividade, então, a mudança se inspira em modelos adotados internacionalmente.
Afinal, na prática, quais são os impactos reais da Reforma Tributária? Neste artigo te mostramos o que está por vir, como um ponto de partida para quem busca entender definitivamente por onde começar a se preparar.
O que é a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária é uma mudança no modelo de arrecadação de impostos incidentes sobre o consumo adotado pelo governo. Em suma, trata-se da substituição de tributos e como eles são recolhidos, pagos, distribuídos ou administrados, com o objetivo de tornar o sistema mais eficiente, justo e transparente.
A necessidade de reformas administrativas complexas é uma resposta natural ao amadurecimento econômico e institucional de um país. No caso do Brasil, portanto, esse movimento representa um passo essencial para sustentar o crescimento e responder às novas demandas socioeconômicas.
Sendo assim, as alterações podem seguir caminhos distintos: desde a unificação e simplificação de tributos, até o aumento ou redução da carga tributária.
Em alguns casos, busca-se então tornar o sistema mais progressivo, equilibrar desigualdades regionais e melhorar o ambiente de negócios.
Em seguida, você vai entender qual será o modelo adotado com a Reforma Tributária no Brasil!
O que muda com a Reforma Tributária e quais são os impactos reais para os negócios?
A partir de 2026, gradativamente, o Brasil passará a utilizar o modelo IVA Dual (Imposto sobre Valor Agregado), composto pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), federal, e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), estadual/municipal. As novas cobranças vêm, assim, para substituir os cinco antigos tributos já conhecidos: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS). Podemos utilizar três “Ts”para explicar na prática:
No entanto, a Reforma Tributária vai reformar muito mais do que apenas os impostos. São 3 “Ts” que resumem o que vem por aí: tributos, tributação no destino e transparência.
1 – Tributos
O CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) entra para substituir o PIS, Cofins e IPI. Já o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) substituirá o ICMS e ISS. O objetivo desse novo modelo é proporcionar mais transparência e neutralidade, com um modelo mais racional e inspirado em grandes nações.
De acordo com o documento compartilhado pela Secretaria da Fazenda, esses tributos terão regras uniformes e serão não cumulativos, ou seja, o imposto pago em cada etapa da cadeia será compensado pelo seguinte, reduzindo distorções e custos para as empresas.

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2 – Tributação no destino
Com a reforma tributária a arrecadação passa a ser feita onde ocorre o consumo, e não onde o produto ou serviço é produzido. Contribuindo para o fim da “guerra fiscal” entre estados e redesenhando a lógica de localização de empresas e centros de distribuição.
3 -Transparência
Por conta da nova lei, os novos impostos passam a ser destacados na nota fiscal, e não embutidos no preço, como acontece hoje. Isso facilita a compreensão da carga tributária, promovendo cidadania fiscal e contribuindo para aumentar a transparência nos encargos dos produtos adquiridos pelo consumidor.
Impactos reais imediatos para empresas vão além dos tributos
A Reforma Tributária acende um alerta para as empresas. A partir de agora a indicação é que as entidades revisem todos os contratos que ultrapassam o ano de 2027, porque, com a nova sistemática, o preço negociado deverá ser sem tributo.
Agora, será essencial avaliar a capacidade do fornecedor de gerar créditos tributários válidos, sua regularidade fiscal, aderência ao novo sistema e maturidade tecnológica.
Empresas que antes escolhiam estados com incentivos fiscais para instalar centros de distribuição agora terão incentivo para operar próximo aos centros de consumo. Portanto, isso tende a reduzir custos com transporte e prazos de entrega.
A adoção do novo sistema de tributos vai exigir uma transformação interna significativa nas empresas de médio porte. Estamos falando de ajustes que impactam a gestão de fornecedores, precificação, fluxo de caixa, processos internos e tecnologia.
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Por que o compliance fiscal se torna ainda mais importante?
Com o novo modelo tributário aprovado, o compliance fiscal deixa de ser uma função reativa e passa a desempenhar um papel estratégico na sustentabilidade do negócio.
A exigência de apuração não cumulativa e diária, combinada à necessidade de monitoramento contínuo de documentos fiscais eletrônicos, traz novos níveis de complexidade e responsabilidade.
Nesse cenário, o compliance fiscal se torna a ligação entre o que a empresa faz, como registra e como comprova, com impacto direto na capacidade de gerar e manter créditos tributários válidos. Outros fatores que tornam o compliance ainda mais crítico são:
- Transparência tributária
- Fiscalização em tempo real
- Gestão de risco
- Fluxo de Caixa
O que sua empresa precisa para se adaptar à reforma tributária
A nova reforma tributária demandará mudanças nos sistemas de TI e gestão fiscal. A adaptação à Reforma Tributária exige muito mais do que compreender as alíquotas e regras de transição. Trata-se de uma mudança estrutural que demanda preparo técnico, organizacional e tecnológico.
Para isso, conhecer cada etapa da jornada tributária da sua empresa, da emissão da nota fiscal até a apuração e compensação dos créditos, é o ponto de partida para a adaptação.
Com a digitalização dos tributos, tudo precisará ser documentado e comprovado. A capacidade de rastrear cada operação fiscal será determinante para garantir créditos válidos e evitar inconsistências que gerem autuações.
Com um ERP preparado, todas as mudanças ficam mais fáceis. Utilizando um sistema de gestão pronto será possível lidar com as alíquota por localidades, apurar diariamente os tributos, possuir integração com documentos fiscais eletrônicos, e ainda, acompanhar as atualizações automáticas das regras tributárias. Na prática, o ERP será o motor que sustentará a conformidade da empresa com o novo modelo.
Como será o calendário de transição da Reforma Tributária
A transição será feita em duas fases que contemplam a sociedade e os entes federativos, visando proporcionar um calendário de adequações às novas mudanças.
Para a sociedade: de 2026 a 2033. Em 2026 começa o ano teste da CBS e IBS (com alíquotas de 0,9% e 0,1%). Em 2027, inicia-se a cobrança da CBS e do Imposto Seletivo.Entre 2029 e 2032 O o ICMS e o ISS serão substituídos progressivamente pelo IBS.
Para os entes federativos: haverá um prazo de 50 anos (até 2078) para a redistribuição total das receitas de acordo com o novo modelo.
Oportunidade para empresas preparadas
A reforma tributária brasileira representa uma virada de chave para o ambiente de negócios. Para empresas que se anteciparem, os benefícios serão claros: menos burocracia, mais créditos, custos menores e maior competitividade.
Na WK, estamos prontos para ajudar sua empresa nessa jornada de transformação fiscal. Fale com nossos especialistas e descubra como a tecnologia e o conhecimento certo podem transformar desafios em vantagens estratégicas.